Foi-se o tempo em que um casal tinha que manter uma união para não encarar o preconceito do divórcio. Hoje, o divórcio está mais fácil e mais rápido. Os pedidos estão aumentando nos cartórios de São Paulo.
A publicitária Renata Campbel mudou de vida. Hoje é mãe, tem que cuidar da filha e mal se lembra do primeiro casamento, que terminou, em 2009, com o temido divórcio.
“Teve um processo no casamento de desgaste, aquela coisa toda, mas depois que você se separa, você fica um tempo, vamos marcar, não vamos. Bom realmente acabou. Está na hora de vamos por o ponto final, literalmente, nisso”, conta.
Assim como a Renata, mais gente terminou o casamento recentemente no estado de São Paulo. De 2012 para 2013, o número de divórcios aumentou 6,13% e passou dos 17,5 mil no ano passado. Enquanto isso, o número de uniões civis cresceu 3% no mesmo período.
A psicóloga Regina Wielenska acredita que o aumento de divórcios acontece porque as mulheres, cada vez mais independentes, estão tomando mais a iniciativa de se separar. “As pessoas descobrem que sobrevivem. Então elas não precisam pensar mais numa estrutura de casamento que esteja falido para continuarem sobrevivendo economicamente”.
Desde 2007, se divorciar ficou mais rápido e mais fácil. Em alguns casos, o divórcio pode ser feito em cartórios de notas, mas desde que não haja menores de idade envolvidos. O custo da separação é de R$ 310 e ela é feita na hora.
A praticidade também ajuda o poder judiciário do estado, que deixou de receber 87 mil processos de divórcio resolvidos ali mesmo nos cartórios.
Depois de se divorciar, Renata conheceu o publicitário Gustavo Silva. Eles namoraram por três anos, viraram pais da Gabi e aí tomaram uma decisão: se casaram no começo do mês, com direito à festa. “A gente sempre imagina ter uma família constituída, ter filhos, e o casamento faz parte de todo esse processo”, conta Gustavo.